Não parece haver em nós nada que se pareça com as fantasmagóricas descrições clássicas de "alma" ou "espírito".
Se assim fosse, a ciência já teria detectado alguma tendência nessa direção.
O que para mim faz mais sentido, é que seríamos uma espécie de "cacho de interações", como uma enorme nuvem, que tem a capacidade de gerar raios e trovões, fenômenos naturais, sem precisar de algo "unificador e místico" que a justifique, algo como "alma".
Somos verdadeiros fenômenos complexos, com uma boa capacidade de colher informações, que se armazenam, como os sulcos erosivos nas rochas, e se processam quimicamente, tudo muito natural, por sinal.
Somos "apenas" resultado de energia química, que por "culpa da entropia", através da evolução, nos montam como entidades químicas com capacidades retentoras de informação e processamento.
Nossa consciência seria uma "longa" multi-interação de micro-processos, que não passam de uma "sopa turbulenta de elétrons", que seguem órbitas atômicas de arranjos peculiares de estruturas que chamamos neurônios e que se dissipa com facilidade por qualquer desarranjo.
A esse processo chamamos de consciência, e ela não é perfeita, como querem alguns, ao intuírem serem resultado de uma "nobre alma" a possuir/habitar um feixe de matéria (nosso organismo).
Quero que lembrem que os outros animais também possuem consciência, e nesses, os adeptos da existência da alma, ou espíritos não admitem semelhanças com humanos.
Essa "lógica tosca" lembra a errada idéia antiga da existência da substância "éter", para justificar as transmissões pelo vácuo.
Querer que houvesse uma alma a nos preencher, demonstra arrogância, falta de informações e de raciocínio lógico, problemas típicos da medieval contaminação religiosa, o que inviabiliza um debate sério com tais adeptos, que longe da realidade, ignoram as evidências em prol de inverdades disseminadas boca-a-boca, obscuros memes milenares, iniciados por homens recém saidos das cavernas.
Reforço que somos feitos inteiramente de "matéria comum", dos mesmos átomos naturalmente encontrado nos bichos, nas plantas, nas pedras, na água, nas estrelas, poeira cósmica primordial, enfim.
E isso, para mim, nos torna tão dignos quanto o próprio universo, e não precisamos ser “mais especiais” ainda.
Somos inerentes crias do cosmo, resultado natural de seu desdobramento, e o estamos processando, e isso é um fenômeno natural. A própria matéria parece ter essa capacidade de armazenar e processar a si mesmo. Nada de deuses, almas ou qualquer tipo de superstição! Somente a beleza da existência.
As propriedades físico-químicas que regem as partículas que por fim geram nossa consciência, são o verdadeiro mistério da questão! De onde vieram? Por quê existem? De que maneira vieram a existir? Por que o universo, em detrimento do nada?
ESSAS são as verdadeiras, primordiais e absorventes questões!
Contemplemos...
(Nesse meu post de 2010, o assunto tem tudo a ver) http://www.secularista.com/2010/12/homo-maculatus.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário